7 de set. de 2013

A Última Herdeira: VII


   -Como é? Vão matá-lo? Por que?
   -Olha Manu, tem muitas coisas que você não sabe. Eu ia lhe contar mais tarde, mas devido ao estado de Vitória, não posso esperar mais. O maior erro que cometeu foi ter vindo para este lugar. Aqui ninguém é do bem. Todos eles querem usar não só você, mas todas as pessoas "especiais". O plano deles é bem simples, só controlar o mundo, ter todo o dinheiro que puderem. Eles vão ajudá-la controlar seus poderes para depois usá-los!
   -Mas o que isso tem a ver com a Vitória?
   -Olha, quando a pessoa está forte, bem treinada e controlando muito bem seus dons, eles implantam um chip no cérebro da pessoa, para conseguir controlá-la. Quando o chip é colocado no corpo, a pessoa fica por um dia dormindo até ele se adaptar ao organismo.
   -E por que ela está passando mal?
   -Porque ela resistiu ao chip. Ela sabia de tudo desde o começo, mas não podia dizer que sabia, todas as pessoas de sua espécie corriam perigo. Como ela resistiu ao chip, eles deram remédios muito fortes pra ela. Esses remédios quase mataram-na, a salvação foi ela estar muito poderosa!
   -Então eu e todo mundo precisamos sair daqui agora!
   -Eu sei. Mas pense, o lucas lhe contou que ninguém gosta dela?
   -Contou, disse que ela é meio chata.
   -Ela é um amor. Mas eles fazem lavagem cerebral em quem entra aqui, e a coitada sempre tentou abrir os olhos de todos. Ela conseguiu abrir os olhos do Lucas, e os dois se apaixonaram. Ele está sofrendo muito por ela, então se puder ajudá-lo, eu agradeceria.
   -Claro que vou ser legal com ele. Mas me responda uma coisa: como a Vitória está?
   -Ela está muito fraca, eu acho que se ela continuar resistindo ao chip, vão matá-la de tanto remédio.
   -E por que matariam o Lucas se soubessem dele?
   -Porque esse chip só funciona em pessoas que nascem com dons especiais. E ele não nasceu, adquiriu um dom.
   -E como que ninguém descobriu o que ele é?
   -Vitória usou um pouco de sua magia para confundir as máquinas que realizam as pesquisas. Ela descobriu o que ele era desde a primeira vez que relou a mão nele. Ela é uma elfa muito forte, só ela consegue fazer isso. Quando rela em alguém, sabe se a pessoa é boa ou ruim, e sabe a espécie que é.
Por isso ela sabia que os pesquisadores daqui são ruins.
   -Mas você trabalha aqui, então por que está me contando isso?
   -Bom, uma hora terá que saber. Eu estou do seu lado. Do lado de todos os pacientes daqui! Eu sou tão vítima quanto você.
   -O que? Você tem algum dom especial?
   -Não. Mas eu tenho sonhos. As vezes sonho com Hexe. 
   -A minha ancestral?
   -A nossa ancestral.
   - Como nossa?
   -Manuela, eu sou seu irmão mais velho. Sou filho da Luana e do Roberto, seu pai e sua mãe.
   -Mas... eu não sabia que tinha um irmão.
   -Eu sei que não. Quando eu tinha dezessete anos tive um sonho com Hexe. Ela me disse que tinha que fazer psicologia e tentar trabalhar aqui, pois você viria pra cá um dia. E eu precisava estar aqui para lhe proteger. Portanto, sou seu protetor, agradeça-me! 
   Manuela abraçou Augusto com uma força que ela nem imaginava que tinha. Os dois ficaram abraçados e chorando por longos minutos. Ela estava muito feliz em saber que tinha um irmão. E o melhor, ele estava vivo. Nem todas as pessoas de sua família legítima estavam mortas, e ela não estava sozinha naquele lugar horroroso.
   -Augusto, eu preciso saber de mais uma coisa. O nosso pai, o Roberto, ele está vivo?
   -Ela está vivo, sim! Claro que nunca superou a morte de mamãe, e nunca mais namorou ninguém depois que ela se foi, mas ele foi forte e conseguiu me criar.
   -Ele nunca quis me procurar?
   -Manu, o maior sonho do pai é encontrar você. Mas se ele encontrasse você, você estaria correndo um risco maior do que já correu.
   De repente, a campainha tocou. Os dois se olharam assustados, e Manuela foi abrir a porta. Quando abriu, uma Patrícia muito irritada entrou em seu quarto.
   -O que é que você ainda está fazendo aqui, Augusto?


   


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