18 de set. de 2013

A Última Herdeira: XI


   -Nós viemos procurar uma coisa aqui... - Disse Manuela.
   -Eu sei que vocês procurar uma coisa. E sei o que vieram procurar. Pena que a caixa foi roubada há dois meses, não é? Ah, se tivessem encontrado e destruído a caixa, estaríamos perdidos. Uma bruxinha que mal sabe usar seus podres, um mutantezinho que mal sabe o que pode fazer, e um irmão tentando proteger a irmã de dezesseis aninhos. Um trio heróico, não posso negar, mas serei obrigada a fazer vocês esquecerem de vez tudo o que sabem sobre esse lugar! 
   -Você não vai fazer nada com a minha irmã e com o meu amigo enquanto eu estiver aqui!
   -Nossa Augusto, sempre achei que você era um tonto, e olha para você, me enfrentando assim, com toda essa coragem!- Disse Patrícia enquanto sacou uma arma e disparou uma seringa no braço dele, fazendo com que caísse no chão.
   -Não! O que você fez com ele? Você o matou?- Manuela abaixou-se e acomodou a cabeça do irmão no seu colo. Patrícia aproveitou a distração da menina e disparou uma seringa nas costas dela. Agora a bruxa também estava desmaiada no chão.
   -Eu se fosse você, não tentaria fazer nada. Se bem que pode tentar o que quiser, vou disparar uma seringa em você e tudo estará bem!
   -Você os matou?
   -Não, eles estão apenas desmaiados, assim como você estará em segundos!
   -Espera! Como descobriu que sou um mutante, e que o Augusto é irmão dela?
   -O chipe que a fadinha estava usando apontou morte cerebral, mas quando fomos esconder o corpo dela, percebemos que ele havia sumido. E depois disso, as pesquisas que fizemos em você apontaram que você é um mutante. Dois mais dois é quatro... ela estava protegendo você com os poderes dela, mas como ela bateu as botas...
   -Mais respeito quando for falar da Vitória!- A primeira seringa foi disparada no ombro dele, mas a quantidade de remédio não foi suficiente para desmaiá-lo.
   -Mais forte do que os outros, claro. Não emita nenhum som enquanto estou falando! Enfim, depois disso, começamos monitorar você, e descobrimos que você e seus amiguinhos estavam tramando alguma coisa. E por sorte, conseguimos descobrir o plano infalível, ou devo dizer, quase infalível? 
   -Onde está a caixa?
   -Você não ouviu o que eu falei para a bruxinha? A caixa foi roubada há dois meses. Quando sumiu, todos nós ficamos desesperados, mas agora vejo que foi muito bom saber que estava longe do alcance de vocês, seus pirralhos intrometidos! Agora chega de conversa, cansei de você!- Ela disparou uma seringa na barriga e outra no pescoço de Lucas.- Só para me certificar de que você ia mesmo desmaiar!

   Quando a garota abriu os olhos, foi obrigada a fechá-los rapidamente por conta da luz forte do cômodo que ela estava. Foi abrindo os olhos devagar para tentar acostumá-los com a luz. Quando conseguiu mantê-los abertos, observou o lugar que estava. Era um laboratório com as paredes brancas. Havia três bancadas cheias de coisas, e três macas, uma do lado da outra. Ela estava presa na maca da direita, na maca do meio estava Lucas, e na da esquerda, Augusto. E nove pessoas estavam trabalhando em experimentos. 
   -Manu, nós precisamos sair daqui imediatamente. Eu tive um sonho com a Vitória, e ela me disse que a morte de um de nós três está próxima. Tenta fazer algum feitiço para nos tirar daqui!- Murmurou Lucas.
   -Morte? Será que os remédios vão matar o Augusto? Ele é um humano, sem mutações genéticas e sem poderes. Vou tentar fazer todos os vidros se quebrarem, e tentar nos soltar, daí você pega o Augusto e tenta correr com ele.
   -E você vem atrás de nós?
   -Não. Vou ficar aqui distraindo esses caras.
   -Não, você sai com ele, e eu os distraio.
   -Mas eu não aguento o Augusto, e nem sei qual é o carro dele.
   -Está bem!
   Ela imaginou todos os objetos de vidro quebrando, e de repente, ouviu o barulho de copos caindo no chão. Depois imaginou as correntes que prendiam os três se abrindo, e imediatamente sentiu o sangue passar pelo seu pulso novamente. Quando parou de se concentrar nos feitiços, viu lucas jogando um dos cientistas contra a parede, o que resultou em uma rachadura no gesso.Então ele correu até a cama do Augusto e jogou o rapaz em seus ombros.
   -Sua força não está comprometida?
   -Não. Eu sou mutante, esses remédios não funcionam em mim, eu só fingi que estava desmaiado. Acho que o carinha ali não vai acordar por um tempo. Manuela, atrás de você!
   A garota virou para trás a tempo de se esquivar do golpe de outro cientista. Ela pegou uma cadeira e correu na direção dos homens, que estavam preparados para uma luta. Conseguiu derrubar um deles, e os outros começaram a avançar em sua direção. Lucas deitou Augusto na cama e correu para ajudar a amiga. Pegou um dos homens e jogou em cima de outro. Os dois desmaiaram.
   -Vai embora, eu assumo daqui!
   O garoto pegou Augusto novamente e correu porta afora. Manuela estava sozinha em uma sala com cinco homens mais fortes que ela. E ela não conseguia parar de pensar no que o amigo disse. "ela me disse que a morte de um de nós três está próxima". Seria a morte dela?
  


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